Volante e meia se destacam e são decisivos para Flamengo e Botafogo na volta dos times ao Maracanã
O primeiro tempo do clássico foi do Botafogo. Mais organizado, impetuoso e criativo. O segundo do Flamengo. Disposto, insinuante, persistente. Saíram iguais do Maracanã. No empate por 1 a 1, neste domingo, pela nona rodada do Brasileirão, cada etapa teve seu protagonista. Seedorf, como de hábito, conduziu o Alvinegro. Enquanto Oswaldo de Oliveira comandava a equipe como um lorde à beira do campo, lá dentro o holandês gesticulava muito, distribuía orientações, elogiava e criticava os companheiros. O camisa 10 também jogou pela primeira vez no Maracanã. E muito. Dribles, passes precisos, visão de jogo apurada como sempre, uma bola na trave e assistência para o gol de Rafael Marques.
Elias não é cerebral e talentoso como Seedorf, mas se entrega e tem postura de um líder. Jogador mais constante do Rubro-Negro segundo o técnico Mano Menezes, mesmo quando não está num grande dia é útil ao time e consegue sobrar perto dos companheiros. E no clássico, Elias conseguiu ir além. Foi dele o gol de empate, aos 49 minutos do segundo tempo. Antes, porém, marcou outros dois que foram anulados pela arbitragem.
A dupla teve números parecidos no confronto e cada um se destacou nas funções que desempenham. Seedorf finalizou mais, quatro vezes contra duas de Elias. O camisa 8 do Flamengo roubou mais bolas: quatro contra três do craque alvinegro. No primeiro tempo, Seedorf fez o Botafogo jogar. Com controle do time e do jogo, ditou o ritmo. Acelerou e diminuiu a organização das jogadas como quis. Nem pressa, nem lentidão. Com ele é sempre no tempo preciso. Os 37 anos e o prestígio mundial também dão ao holandês a experiência para tentar conduzir a arbitragem. Foram muitas as conversas ao pé do ouvido com o juiz Péricles Bassols Cortez. O técnico Mano Menezes chegou a chamá-lo de “palestrante” na entrevista coletiva após o clássico.
Elias | Seedorf | |
---|---|---|
Finalizações | 2 | 4 |
Roubadas de bola | 4 | 3 |
Faltas cometidas | 2 | 4 |
Faltas sofridas | 5 | 4 |
Impedimentos | 2 | 0 |
No segundo tempo, inversão de papéis. Seedorf não jogou mal, mas viu o Botafogo se encolher contra um Flamengo muito mais disposto e faminto por um gol. Elias apareceu mais. Não só pelos três gols, dois anulados e um validado, mas pela capacidade de deixar a tarefa de defender de lado para criar e concluir. Recompensado, caiu nos braços dos rubro-negros com seu primeiro gol no novo Maracanã e livrou o time da derrota. Coberto por afagos dos torcedores na comemoração, também foi celebrado por Mano Menezes.
- Elias está voltando a jogar comigo o que jogou no Corinthians em 2008 e 2009, quando trabalhamos juntos. É esse jogador, tem essa capacidade de defender e atacar, muito rápido, defende bem, se junta aos homens de frente. Hoje, nos brindou com algo que não é muito comum em sua carreira. Não estamos em condição de escolher. Pode ser com ele o gol. Tem sido constante. Por isso que confio nesse tipo de jogador. Já trabalhei com ele, sei da capacidade. Precisa estar bem fisicamente como está para fazer essa função que exige muito do jogador. Quando se tem um jogador completo como ele, tem que aproveitar essa condição de diferenciação em relação aos outros.
O resultado considerado justo pelos treinadores e jogadores não foi lá muito bom para ninguém. O Flamengo continua em 15º, com dez pontos. O Botafogo, com 17, é o terceiro, e perdeu a chance de liderar o Brasileirão.
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