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quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Da ópera ao pop Com quatro atrações confirmadas e retorno da apresentadora Meime dos Brilhos, 36ª edição do Miss Brasil Gay promete reforçar a economia local ao centralizar evento

No início haverá um ópera que se encerrará em pop, com direito a Madonna e Beyoncé. Após o hiato de um ano - em 2012 o evento foi adiado por questões financeiras -, o Miss Brasil Gay retorna ao Cine-Theatro Central, com a promessa de um concursomais curto, capaz de injetar fôlego à vida noturna da cidade após a escolha do mais belo transformista do país. Para embalar a "deluxe edition", que aproveitará do glamour do teatro para reforçar a riqueza do concurso, a 36ª edição já confirmou a presença das transformistas Luisa Gasparelli, cover da Madonna , Sasha Zimmer, cover da Beyoncé, Suzy Brasil, drag queen e humorista, e Andréia Andrews, drag queen performática.
Além das apresentações, feitas entre trocas de roupas, o concurso também promete homenagear a travesti e apresentadora do evento Fernanda Muller, morta no dia 5 desse mês. Antiga apresentadora do concurso, Meime dos Brilhos, um dos ícones da cena gay do Rio de Janeiro, substitui Fernanda na edição que também deverá homenagear as 35 misses coroadas pelo concurso."É muito bom ver o Miss Brasil Gay, que é um patrimônio imaterial da cidade, dentro de um patrimônio material", comemorou André Pavam, diretor artístico do evento, durante coletiva realizada nesta terça-feira (30) no foyer do Central.
Segundo Pavam, a mudança de endereço - anteriormente o concurso era feito no Sport Club, na Avenida Rio Branco, próximo ao mergulhão -, além de conferir maior segurança do público, valoriza a questão estética do evento. "Pensamos no concurso como uma miscelânea de referências, da ópera à cena pop", comenta Íkaro Andrógino, considerado um dos maiores artistas da cena gay no país e que, esse ano, assume, ao lado de Pavam, a direção artística do espetáculo. Para Marcelo do Carmo, um dos principais colaboradores do Miss Brasil Gay, as falhas cometidas em 2008, quando o evento ocupou o Central pela primeira vez, serão corrigidas esse ano, e o glamour do espaço deverá dialogar estreitamente com os desfiles e as apresentações. "A competição nunca foi tão acirrada quanto esse ano", promete, apontando para o alto nível das 27 candidatas, representantes dos 26 estados nacionais e do Distrito Federal. De acordo com Danielle Feyo, assessora de articulação turística regional da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), a mudança de endereço contribui com o apelo comercial do evento. "O Cine-Theatro Central possibilita que as pessoas vivenciem melhor a cidade, conhecendo os pontos turísticos e se deslocando melhor", analisa.

Sobre direitos
A 36º edição do Miss Brasil Gay, promovida como a edição mais luxuosa desde seu início, em 1977, apresenta o tema "Todos somos iguais em direitos", o que, segundo os organizadores, demonstra a atenção do concurso com as discussões mais urgentes no cenário político e social brasileiro. "Muito antes das paradas gays, o concurso deu início a um movimento de visibilidade das questões gays. Muito mais que uma festa, esse evento é um movimento afirmativo", destaca Marcelo do Carmo. Visando ampliar tais discussões e a agenda de eventos na cidade, o Movimento Gay de Minas (MGM) também aposta no debate político como mote da 16ª Juiz de Fora Rainbow Fest, que vai de 15 a 18 de agosto.
Segundo Marcos Trajano, presidente do MGM, os seminários e as oficinas abordarão os avanços e os retrocessos no legislativo brasileiro, e assuntos como o projeto de lei conhecido como "cura gay" não ficará de fora, além da legalização do casamento gay no país. Com uma estrutura montada no Terreirão do Samba, na Avenida Brasil, ao lado da PJF, a Cidade Rainbow reunirá feira de produtos LGBT, espaço gourmet e apresentações culturais, sempre a partir das 18h. Além do DJ Jeff Valle, famoso nas casas noturnas cariocas, o espaço receberá atrações diversas, como um show da comediante Suzy Brasil. No dia 17, a Parada do Orgulho Gay, com concentração às 12h, no Parque Halfeld, com saída rumo à Praça Antônio Carlos agendada para as 14h, espera superar as 80 mil pessoas que foram às ruas no ano passado. "Nosso foco principal é o resgate do pioneirismo de Juiz de Fora em relação à luta pelos direitos LGBT", aponta o presidente do MGM. Este ano, a rainha da parada gay é Baby Mancini, terceira Miss Brasil Gay da história, que recebeu o título em 1979, representando Santa Catarina. "Ela personifica essa história e essa vocação pioneira da cidade", finaliza Trajano.

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