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quarta-feira, 31 de julho de 2013

Postura do papa motiva padre a pedir recurso contra excomunhão

Impulsionado pelas declarações do papa Francisco sobre homossexuais, o padre Beto, excomungado em abril após declarações de apoio a gays, decidiu recorrer à Justiça para tentar anular sua exclusão da Igreja Católica. Roberto Francisco Daniel, de 48 anos, conhecido como padre Beto, contratou advogados e protocolou anteontem uma medida cautelar contra a Diocese de Bauru (SP). Ele questiona a forma como foi expulso da Igreja, num tribunal a que, segundo ele, compareceu sem saber do que se tratava e sem direito a defesa.

   O religioso estudava a possibilidade de ir à Justiça desde a época do excomunhão, mas diz que a postura do papa Francisco o estimulou ainda mais. No voo de retorno ao Vaticano, após a visita ao Brasil, o papa fez a mais ousada declaração de um pontífice sobre o homossexualismo. "Se uma pessoa é gay e busca Deus, quem sou eu para julgá-la?", disse.

A ação judicial tramita na 6ª Vara Cível de Bauru. O religioso alega que tratado assinado entre o Vaticano e o governo brasileiro determina que o sistema constitucional e as leis brasileiras sejam seguidos pela Igreja. Beto afirma que, além de não ter tido direito de defesa, a decisão foi publicada no mesmo dia em que foi tomada, no site da diocese. "Fui tratado como um adolescente. Fui exposto publicamente", afirmou. "Essa ação judicial é também para que todo brasileiro entenda que nenhuma instituição pode fazer isso com uma pessoa", alegou.

O ex-padre disse que acreditava que seu processo de excomunhão não estivesse encerrado e ainda teria de ser assinado pelo Vaticano. Ao estudar o caso, descobriu que a decisão da Diocese de Bauru é definitiva. Por isso resolveu tentar revertê-la na Justiça. "Não movo uma ação contra a Igreja Católica. Existe Igreja e Igreja. A ação é contra a diocese", ressaltou.

Retratação 
Antes da excomunhão, Beto havia decidido pedir um afastamento temporário de suas funções. Isso aconteceu depois que o bispo de Bauru, dom Caetano Ferrari, de 70 anos, determinou uma retratação por causa de entrevistas em que o religioso falava sobre os homossexuais e questionava o conservadorismo da Igreja Católica.

A Diocese de Bauru ainda não se manifestou sobre a ação judicial. O argumento oficial para a excomunhão foi de que Beto "se negou categoricamente a cumprir o que prometera em sua ordenação sacerdotal: fidelidade ao magistério da Igreja e obediência aos seus legítimos pastores". Depois da excomunhão, ele seguiu dando aulas em universidades, concedeu entrevistas e escreveu o livro Verdades proibidas – Ideias do padre que a Igreja não conseguiu calar, lançado esta semana.

30 de Julho de 2013 - 21:51 Médicos interrompem atividades e protestam Profissionais do SUS mantêm paralisação hoje, atendendo apenas casos de urgência e emergência Por Hélio Rocha

Acompanhando paralisação liderada por diversas entidades médicas de todo o Brasil, em protesto contra a situação precária da saúde pública e contra a contratação de profissionais estrangeiros para atuarem no SUS, os médicos da rede pública interromperam as atividades nesta terça-feira (30), em Juiz de Fora, e realizaram manifestação no Parque Halfeld, em frente à Câmara Municipal. A suspensão das atividades também está prevista para hoje, com apenas os setores de urgência e emergência funcionando nas unidades de atendimento. A assistência aos pacientes internados também está mantida.
Nesta terça-feira o ato público reuniu cerca de 50 pessoas, entre profissionais, residentes e estudantes da UFJF e de universidades particulares de Juiz de Fora. Durante o protesto, liderado pela Associação dos Médicos de Juiz de Fora, pelo Conselho Regional de Medicina (CRM), pelo Sindicato dos Médicos e pela Associação dos Médicos Residentes do HU/UFJF, houve apitaço e palavras de ordem do presidente do sindicato, Gilson Salomão. "O Governo está tentando transformar os médicos nos vilões da saúde pública no Brasil, quando, na verdade, nós lutamos por melhorias no atendimento à população, por uma saúde melhor para todos. Queremos melhores condições de trabalho, salários e um plano de carreira adequado."
Entre as reivindicações levadas ao ato público, a principal era em repúdio ao "Mais médicos", do Governo Federal. O programa busca atrair novos trabalhadores da área por meio da ampliação do número de vagas no ensino superior e pretende atender a demanda por médicos em regiões desassistidas com a possibilidade de contratação de médicos estrangeiros. Os manifestantes locais pediram a aplicação do Exame Nacional de Revalidação dos Diplomas Médicos (Revalida) para estrangeiros que queiram trabalhar no Brasil, além de enfatizarem a necessidade de melhorias estruturais na saúde pública.
"Se haverá importação, deve haver exame de avaliação desses profissionais. Mas nós consideramos a importação uma solução paliativa, pois não soluciona a questão da falta de insumos básicos nos hospitais. Na maioria das vezes, os médicos não carecem de aparelhos de alta tecnologia. São remédios e suprimentos básicos o que mais falta", afirmou a estudante Letícia Rocha, 23, que participava do ato.
Segundo Gilson Salomão, o protesto desta terça foi apenas uma etapa na luta da categoria por melhorias na saúde pública. Diversas entidades médicas de todo o Brasil estão programando novas paralisações e manifestações, pedindo ao Governo que faça revisões em seus programas de ampliação do atendimento público e que aceite as reivindicações da classe. O Sindicato dos Médicos informou que os pacientes afetados pela paralisação, que tinham consulta marcada para esta terça ou hoje, foram avisados sobre o não atendimento. Cabe à Prefeitura, agora, remarcar as consultas. Segundo levantamento da Secretaria de Saúde, das 64 unidades de atenção primária (Uaps), 39 não participaram da mobilização; 18 aderiram parcialmente e sete foram paralisadas. Por outro lado, a avaliação é de que os serviços de urgência e emergência e do PAM-Marechal não tiveram comprometimentos.

Pautas locais
Além de tratar de questões alinhadas à demanda nacional da classe, os integrantes do movimento protestaram contra a precariedade no SUS em Juiz de Fora, sobretudo no Hospital de Pronto Socorro (HPS). Nesta terça, o prefeito Bruno Siqueira (PMDB) já havia decretado situação de emergência na cidade, garantindo a contratação direta de médicos, compra de medicamentos e insumos sem licitação e remanejamento de servidores públicos. Segundo Gilson Salomão, os médicos atuaram como denunciantes principais do atual estado do SUS no município. "Nós denunciamos esta situação caótica, agora temos de acompanhar as medidas que serão tomadas. Os médicos que atuam no HPS estão em situação de vulnerabilidade, por isso temos de exigir mais contratações e melhores condições de trabalho."

terça-feira, 30 de julho de 2013

Adolescente apreendido por homicídio

Um adolescente de 17 anos foi apreendido ontem pela Delegacia Especializada de Homicídios, por suspeita de envolvimento no assassinato de Wemerson de Oliveira Hugo Flores, 16 anos, no último dia 12, no Bairro Parque das Torres, na Zona Norte. O jovem já tinha sido apreendido em 4 de junho deste ano por ter invadido uma lan house, no Bairro Cidade do Sol, na mesma região, quando, de posse de uma arma de fogo, fez vários disparos, acertando três pessoas. Ele chegou ao estabelecimento em uma motocicleta, desembarcou, entrou na loja e começou a atirar. O adolescente já tinha sido liberado pela Justiça após dez dias de acautelamento. Ontem, depois de ouvido na delegacia, ele foi encaminhado para o Centro Socioeducativo, no Bairro Santa Lúcia, uma vez que havia contra ele um mandado de apreensão.
De acordo com o inspetor da Especializada, Leonardo Garcia, o adolescente foi apreendido em casa, no Bairro Parque das Águas, e teria alegado que o revólver calibre 32 utilizado no homicídio foi jogado no Rio Paraibuna. A arma, conforme a polícia, também foi usada nos disparos efetuados na lan house. Conforme o depoimento do jovem apreendido, a vítima, que seria homossexual, vinha lhe assediando e, no dia do crime, ambos começaram a brigar em via pública. Na ocasião, Wemerson teria lhe desferido um soco no nariz. Para revidar, ele teria disparado três vezes contra a vítima. Os tiros atingiram o tórax e a cabeça Wemerson.
Ainda conforme as investigações, além de ter permanecido por dez dias no Centro Socioeducativo, em função da tentativa de homicídio na lan house, o adolescente já tinha passado seis meses na instituição por ter cometido um roubo contra um posto de combustível. Ele também é suspeito em outros homicídios, em roubos e de ligação com o tráfico de drogas.
[POR LUCIANO FALADOR]

Ato do Executivo decreta emergência na saúde

O prefeito Bruno Siqueira decretou estado de emergência em relação ao atendimento de saúde de urgência e emergência em Juiz de Fora, situação que o chefe do Executivo classificou estar "à beira de um colapso". O decreto, publicado no último sábado, é válido por 180 dias e garante, por exemplo, contratações diretas de médicos, compra de medicamentos e insumos sem licitação e remanejamento de servidores públicos para atender demandas da Secretaria de Saúde. O texto é praticamente igual ao publicado em julho de 2010, quando o então prefeito Custódio Mattos também decretou, por 180 dias, situação de emergência no setor, atentando, inclusive, para a possibilidade de "colapso". Este é o terceiro decreto baixado pelo atual prefeito estabelecendo situação de emergência na saúde. O primeiro foi relativo à infestação do vetor transmissor da dengue e o segundo, aos pacientes psiquiátricos. De acordo com o secretário de Saúde, José Laerte, uma das primeiras medidas durante a vigência do decreto será a contratação de até oito ortopedistas, uma das especialidades mais defasadas no município. Profissionais para a área de traumatologia e clínica também devem ser contratados sem realização de concurso ou lançamento de edital.
O decreto reconhece a incapacidade da rede em absorver a demanda do Hospital de Pronto Socorro (HPS), principal referência de urgência e emergência para quase 900 mil moradores de Juiz de Fora e região. Esse número deve chegar a 1,6 milhão até o final do ano, quando deve estar formado o Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região Sudeste (Cisdeste), rede de urgência e emergência formada por 94 municípios da Macrorregião Sanitária Sudeste e que deve desafogar o HPS.
Para o coordenador regional das Promotorias de Justiça de Defesa da Saúde de Juiz de Fora, Rodrigo Barros, a decisão adotada pela PJF é "absolutamente pertinente", embora o promotor defenda mudanças mais profundas em relação à carreira médica. "O decreto é importante por caracterizar a situação que estamos vivenciando atualmente e permitir, por exemplo, contratações temporárias e aquisição de insumos e medicamentos de forma menos burocrática. Mas, no que se refere ao quadro de pessoal e para que ele tenha uma resposta na melhoria da urgência e emergência, é preciso medidas mais profundas, como mudanças estruturais no plano de cargos e salários dos profissionais, além da realização de concurso público", defende.
O Sindicato dos Médicos tem posicionamento semelhante. "Se é um artifício governamental que a Prefeitura tem para dar mais celeridade na resolução de problemas emergenciais, que ela faça uso. Mas vamos acompanhar a situação", diz o presidente Gilson Salomão. Segundo ele, o problema da falta de médicos é motivado pela pouca atratividade das remunerações de algumas especialidades, situação que seria solucionada com "uma carreira atraente, somada a salários mais justos".
O secretário-executivo do Conselho Municipal de Saúde, Jorge Ramos, lembra que a conclusão das obras do Hospital Regional pode refletir em melhora no atendimento à população, mas a nova unidade não resolveria os problemas da urgência e emergência no município se o setor continuasse sem atrativos para a classe médica.
Concurso
Um dos argumentos para a decretação do estado de emergência é a dificuldade de preenchimento dos recursos humanos para o setor. O decreto cita as "tentativas da Administração Pública" em realizar processos seletivos simplificados e melhorar as condições salariais dos profissionais da saúde, por meio de gratificações pelo exercício de plantão extraordinário. Atualmente há três processos seletivos simplificados em andamento para a contratação temporária de médicos, inclusive para o setor de urgência e emergência. Um concurso público para preenchimento de vagas está em fase de instauração. "O vínculo mais estável favorece o aceite do profissional. O primeiro concurso seria feito de forma mais imediata, para repor os profissionais que estão trabalhando sob contrato. Depois, em um concurso mais elaborado, teremos que selecionar médicos para a expandir a rede, até por conta da inauguração do Hospital Regional", diz o secretário José Laerte.


Pacientes em estado grave esperam até 36 horas

A situação da urgência e emergência na cidade é considerada tão grave que, neste fim de semana, a Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde de Juiz de Fora ingressou uma ação civil pública pedindo que, nos períodos em que houver falta de cobertura de alguma especialidade médica no HPS, os pacientes sejam encaminhados imediatamente para outros hospitais contratualizados da rede, como a Santa Casa e o Hospital Doutor João Felício. A ação foi recebida nessa segunda-feira (29) pela 1ª Vara de Fazenda Pública e será apreciada pela juíza Roberta Araújo de Carvalho Maciel.
Na ação, o promotor Rodrigo Barros destaca a manifestação de um médico (ver fac-símile) que relata falta de atendimento nos plantões diurnos durante os fins de semana no HPS. Conforme o profissional, devido ao déficit, estaria "ocorrendo uma demanda excessiva de pacientes traumáticos graves, com espera de atendimento às vezes até 36 horas (fratura exposta, amputação, etc.), aguardando atendimento cirúrgico".
Na última semana, o Sindicato dos Médicos já havia acionado a Justiça com pedido de isenção de responsabilidade dos médicos do HPS, com a intenção de resguardar os profissionais diante das más condições de trabalho. O pedido também aguarda decisão.
  [por luciano falador]

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Trens e Metrô superfaturados em 30%

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PROPINODUTO 
Segundo integrantes do MP e do Cade, seis projetos de
trem e metrô investigados apresentaram sobrepreço de 30%
Na última semana, ISTOÉ publicou documentos inéditos e trouxe à tona o depoimento voluntário de um ex-funcionário da multinacional alemã Siemens ao Ministério Público. Segundo as revelações, o esquema montado por empresas da área de transporte sobre trilhos em São Paulo para vencer e lucrar com licitações públicas durante os sucessivos governos do PSDB nos últimos 20 anos contou com a participação de autoridades e servidores públicos e abasteceu um propinoduto milionário que desviou dinheiro das obras para políticos tucanos. Toda a documentação, inclusive um relatório do que foi revelado pelo ex-funcionário da empresa alemã, está em poder do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), para quem a Siemens – ré confessa por formação de cartel – vem denunciando desde maio de 2012 as falcatruas no Metrô e nos trens paulistas, em troca de imunidade civil e criminal para si e seus executivos. Até semana passada, porém, não se sabia quão rentável era este cartel.
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Ao se aprofundarem, nos últimos dias, na análise da papelada e depoimentos colhidos até agora, integrantes do Cade e do Ministério Público se surpreenderam com a quantidade de irregularidades encontradas nos acordos firmados entre os governos tucanos de São Paulo e as companhias encarregadas da manutenção e aquisição de trens e da construção de linhas do Metrô e de trens. Uma das autoridades envolvidas na investigação chegou a se referir ao esquema como uma fabulosa história de achaque aos cofres públicos, num enredo formado por pessoas-chaves da administração – entre eles diretores do metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) –, com participação especial de políticos do PSDB, os principais beneficiários da tramoia. Durante a apuração, ficou evidente que o desenlace dessa trama é amargo para os contribuintes paulistas. A investigação revela que o cartel superfaturou cada obra em 30%. É o mesmo que dizer que os governantes tucanos jogaram nos trilhos R$ 3 de cada R$ 10 desembolsado com o dinheiro arrecadado dos impostos. Foram analisados 16 contratos correspondentes a seis projetos. De acordo com o MP e o Cade, os prejuízos aos cofres públicos somente nesses negócios chegaram a RS 425,1 milhões. Os valores, dizem fontes ligadas à investigação ouvidas por ISTOÉ, ainda devem se ampliar com o detalhamento de outros certames vencidos em São Paulo pelas empresas integrantes do cartel nesses e em outros projetos.
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Entre os contratos em que o Cade detectou flagrante sobrepreço está o de fornecimento e instalação de sistemas para transporte sobre trilhos da fase 1 da Linha 5 Lilás do metrô paulista. A licitação foi vencida pelo consórcio Sistrem, formado pela empresa francesa Alstom, pela alemã Siemens juntamente com a ADtranz (da canadense Bombardier) e a espanhola CAF. Os serviços foram orçados em R$ 615 milhões. De acordo com testemunhos oferecidos ao Cade e ao Ministério Público, esse contrato rendeu uma comissão de 7,5% a políticos do PSDB e dirigentes da estatal. Isso significa algo em torno de R$ 46 milhões só em propina. “A Alstom coordenou um grande acordo entre várias empresas, possibilitando dessa forma um superfaturamento do projeto”, revelou um funcionário da Siemens ao MP. Antes da licitação, a Alstom, a ADtranz, a CAF, a Siemens, a TTrans e a Mitsui definiram a estratégia para obter o maior lucro possível. As companhias que se associaram para a prática criminosa são as principais detentoras da tecnologia dos serviços contratados.
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O responsável por estabelecer o escopo de fornecimento e os preços a serem praticados pelas empresas nesse contrato era o executivo Masao Suzuki, da Mitsui. Sua empresa, no entanto, não foi a principal beneficiária do certame. Quem ficou com a maior parte dos valores recebidos no contrato da fase 1 da Linha 5 Lilás do Metrô paulista foi a Alstom, que comandou a ação do cartel durante a licitação. Mas todas as participantes entraram no caixa da propina. Cada empresa tinha sua própria forma de pagar a comissão combinada com integrantes do PSDB paulista, segundo relato do delator e ex-funcionário da Siemens revelado por ISTOÉ em sua última edição. Nesse contrato específico, a multinacional francesa Alstom e a alemã Siemens recorreram à consultoria dos lobistas Arthur Teixeira e Sérgio Teixeira. Documentos apresentados por ISTOÉ na semana passada mostraram que eles operam por meio de duas offshores localizadas no Uruguai, a Leraway Consulting S/A e Gantown Consulting S/A. Para não deixar rastro do suborno, ambos também se valem de contas em bancos na Suíça, de acordo a investigação.
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PEDIDO DE CPI
Líder do PT na Assembleia Legislativa, 
Luiz Claudio Marcolino, trabalha pela abertura de inquérito
No contrato da Linha 2 do Metrô, o superfaturamento identificado até agora causou um prejuízo estimado em R$ 67,5 milhões ao erário paulista. As licitações investigadas foram vencidas pela dupla Alstom/Siemens e pelo consórcio Metrosist, do qual a Alstom também fez parte. O contrato executado previa a prestação de serviços de engenharia, o fornecimento, a montagem e a instalação de sistemas destinados à extensão oeste da Linha 2 Verde. Orçado inicialmente em R$ 81,7 milhões, só esse contrato recebeu 13 reajustes desde que foi assinado, em outubro de 1997. As multinacionais francesa e alemã ficaram responsáveis pelo projeto executivo para fornecimento e implantação de sistemas para o trecho Ana Rosa/ Ipiranga. A Asltom e a Siemens receberam pelo menos R$ 143,6 milhões para executar esse serviço.
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O sobrepreço de 30% foi estabelecido também em contratos celebrados entre as empresas pertencentes ao cartel e à estatal paulista CPTM. Entre eles, o firmado em 2002 para prestação de serviços de manutenção preventiva e corretiva de dez trens da série 3000. A Siemens ganhou o certame por um valor original de R$ 33,7 milhões. Em seguida, o conglomerado alemão subcontratou a MGE Transportes para serviços que nunca foram realizados. A MGE, na verdade, serviu de ponte para que a Siemens pudesse efetuar o pagamento da propina de 5% acertada com autoridades e dirigentes do Metrô e da CPTM. O dinheiro da comissão – cerca de R$ 1,7 milhão só nessa negociata, segundo os investigadores – mais uma vez tinha como destino final a alta cúpula da estatal e políticos ligados ao PSDB. A propina seria distribuída, segundo depoimento ao Cade ao qual ISTOÉ teve acesso, pelo diretor da CPTM, Luiz Lavorente. Além da MGE, a Siemens também recorreu à companhia japonesa Mitsui para intermediar pagamentos de propina em outras transações. O que mais uma vez demonstra o quão próxima eram as relações das empresas do cartel que, na teoria, deveriam concorrer entre si pelos milionários contratos públicos no setor de transportes sobre trilhos. O resultado da parceria criminosa entre as gigantes do setor pareceu claro em outros 12 contratos celebrados com a CPTM referentes às manutenções dos trens das séries 2000 e 2100 e o Projeto Boa Viagem, que já foram analisados pelo CADE. Neles, foi contabilizado um sobrepreço de aproximadamente R$ 163 milhões. 
Não é por acaso que as autoridades responsáveis por investigar o caso referem-se ao esquema dos governos do PSDB em São Paulo como uma “fabulosa história”. O superfaturamento constatado nos contratos de serviços e oferta de produtos às estatais paulistanas Metrô e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos [CPTM] supera até mesmo os índices médios calculados internacionalmente durante a prática deste crime. Cálculos da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE, por exemplo, apontam que os cartéis ocasionam um prejuízo aos cofres públicos de 10% a 20%. No caso destes 16 contratos, a combinação de preços e direcionamentos realizados pelas companhias participantes da prática criminosa levaram a um surpreendente rombo de 30% aos cofres paulistas. 

Diante das denúncias, na última semana o PT e outros partidos oposicionistas em São Paulo passaram a se movimentar para tentar aprovar a instalação de uma CPI. “O governador Geraldo Alckmin diz querer que as denúncias do Metrô e da CPTM sejam apuradas. Então, que oriente a sua bancada a protocolar o pedido de CPI, pelo menos, desta vez”, propôs o líder do PT na Assembleia paulista, Luiz Cláudio Marcolino. “É flagrante que os contratos precisam ser revisados. Temos de ter transparência com o dinheiro público independente de partido”, diz ele. Caso a bancada estadual do PT não consiga aprovar o pedido, por ter minoria, a sigla tentará abrir uma investigação na Câmara Federal. “Não podemos deixar um assunto desta gravidade sem esclarecimentos. Ainda mais quando se trato de acusações tão contundentes de desvios de verbas públicas”, afirmou o deputado Devanir Ribeiro (PT-SP). O que se sabe até agora já é suficiente para ensejar um inquérito. Afinal, trata-se de um desvio milionário de uma das principais obras da cidade mais populosa do País e onde se concentra o maior orçamento nacional. Se investigada a fundo, a história do achaque de 30% aos cofres públicos pode trazer ainda mais revelações fabulosas.
Queima de arquivo
Uma pasta amarela com cerca de 200 páginas guardada na 1ª Vara Criminal do Fórum da cidade de Itu, interior paulista, expõe um lado ainda mais sombrio das investigações que apuram o desvio milionário das obras do metrô e trens metropolitanos durante governos do PSDB em São Paulo nos últimos 20 anos. Trata-se do processo judicial 9900.98.2012 que investiga um incêndio criminoso que consumiu durante cinco horas 15.339 caixas de documentos e 3.001 tubos de desenhos técnicos. A papelada fazia parte dos arquivos do metrô armazenados havia três décadas. Entre os papeis que viraram cinzas estão contratos assinados entre 1977 e 2011, laudos técnicos, processos de contratação, de incidentes, propostas, empenhos, além de relatórios de acompanhamento de contratos de 1968 até 2009. Sob segredo de Justiça, a investigação que poderá ser reaberta pelo Ministério Público, diante das novas revelações sobre o caso feitas por ISTOÉ, acrescenta novos ingredientes às já contundentes denúncias feitas ao Cade pelos empresários da Siemens a respeito do escândalo do metrô paulista. Afinal, a ação dos bandidos pode ter acobertado a distribuição de propina, superfaturamento das obras, serviços e a compra e manutenção de equipamentos para o metrô paulista.

Segundo o processo, na madrugada do dia 9 de julho do ano passado, nove homens encapuzados e armados invadiram o galpão da empresa PA Arquivos Ltda, na cidade de Itu, distante 110 km da capital paulista, renderam os dois vigias, roubaram 10 computadores usados, espalharam gasolina pelo prédio de 5 mil m² e atearam fogo. Não sobrou nada. Quatro meses depois de lavrado o boletim de ocorrência, nº 1435/2012, a polícia paulista concluiu que o incêndio não passou de um crime comum. “As investigações não deram em nada”, admite a delegada de Policia Civil Milena, que insistiu em se identificar apenas pelo primeiro nome. “Os homens estavam encapuzados e não foram identificados”, diz a policial. Investigado basicamente como sumiço de papéis velhos, o incêndio agora ganha ares de queima de arquivo. O incidente ocorreu 50 dias depois de entrar em vigor a Lei do Acesso à Informação, que obriga os órgãos públicos a fornecerem cópias a quem solicitar de qualquer documento que não seja coberto por sigilo legal, e quatro meses depois de começarem as negociações entre o Cade e a Siemens para a assinatura do acordo de leniência, que vem denunciando as falcatruas no metrô e trens paulistas. “Não podemos descartar que a intenção desse crime era esconder provas da corrupção”, entende o deputado Luiz Cláudio Marcolino, líder do PT na Assembleia Legislativa do Estado.
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Além das circunstâncias mais do que suspeitas do incêndio, documentos oficiais do governo, elaborados pela gerência de Auditoria e Segurança da Informação (GAD), nº 360, em 19 de setembro passado, deixam claro que o galpão para onde foi levado todo o arquivo do metrô não tinha as mínimas condições para a guarda do material. Cravado em plena zona rural de Itu, entre uma criação de coelhos e um pasto com cocheiras de gado, o galpão onde estavam armazenados os documentos não tinha qualquer segurança. Poderia ser facilmente acessado pelas laterais e fundos da construção. 

De acordo com os documentos aos quais ISTOÉ teve acesso, o governo estadual sabia exatamente da precariedade da construção quando transferiu os arquivos para o local. O relatório de auditoria afirma que em 20 de abril de 2012 - portanto, três dias depois da assinatura do contrato entre a PA Arquivos e o governo de Geraldo Alckmin - o galpão permanecia em obras e “a empresa não estava preparada para receber as caixas do Metrô”. A comunicação interna do governo diz mais. Segundo o laudo técnico do GAD, “a empresa não possuía instalações adequadas para garantir a preservação do acervo documental”. Não havia sequer a climatização do ambiente, item fundamental para serviços deste tipo. 

O prédio foi incendiado poucos dias depois da migração do material para o espaço. “Não quero falar sobre esse crime”, disse um dos proprietários da empresa, na época do incêndio, Carlos Ulderico Botelho. “Briguei com o meu sócio, sai da sociedade e tomei muito prejuízo. Esse incêndio foi estranho. Por isso, prefiro ficar em silêncio”. Outra excentricidade do crime é que o fato só foi confirmado oficialmente pelo governo seis meses depois do ocorrido. Em 16 páginas do Diário do Diário Oficial, falou-se em “sumiço” da papelada. Logo depois da divulgação do sinistro, o deputado estadual do PT, Simão Pedro, hoje secretário de Serviços da Prefeitura de São Paulo, representou contra o Governo do Estado no Ministério Público Estadual. “Acredita-se que os bandidos tenham provocado o incêndio devido o lugar abrigar vários documentos”. Para o parlamentar, “esse fato sairia da hipótese de crime de roubo com o agravante de causar incêndio, para outro crime, de deliberada destruição de documentos públicos”, disse Simão, em dezembro passado. Procurados por ISTOÉ, dirigentes do Metrô de SP não quiseram se posicionar.
Fotos: PEDRO DIAS/ag. istoé
Fotos: ADRIANA SPACA/BRAZIL PHOTO PRESS; Luiz Claudio Barbosa/Futura Press; NILTON FUKUDA/ESTADÃO
Foto: Rubens Chaves/Folhapress

Falha de Diogo não abala Dorival: ‘Não vamos tirar confiança dele’

O Vasco busca valorizar o que tem em casa, depois de não conseguir contratar Helton, nem Gomes, que deve deixar o Tottenhan, mas permanecer na Europa. O goleiro Diogo Silva, que deixou passar uma bola defensável no primeiro gol do Criciúma e sofreu uma falha que chamou mais a atenção no segundo, ganhou o apoio de Dorival Junior. O camisa 25 ganhou suas primeiras chances em jogos oficiais pelo Vasco com a chegada do novo treinador. Até agora foram três partidas e quatro gols sofridos.
Para Dorival, o goleiro vascaíno de 27 anos falhou apenas no segundo gol, quando tentou cortar a bola para fora da área, mas a socou sem força. Na sobra, Wellington Paulista empatou o jogo e por pouco não terminou com a festa em São Januário. Logo em seguida Juninho cobrou falta, e Edmilson deu a vitória ao Vasco.
- Acredito em falha no gol do lateral. No primeiro gol, não. No primeiro, foi bola de choque, e houve um desvio no primeiro pau. Com o desvio é natural que a velocidade (da bola) seja ainda maior. Mas é natural (um erro). É a terceira partida dele - disse o treinador do Vasco.
Acredito em falha no gol do lateral. No primeiro gol, não"
Dorival Junior
De prontidão, Dorival tomou para ele a responsabilidade na manutenção do goleiro como titular. Carlos Germano, treinador de goleiros, foi quem indicou o novo dono do gol do time de São Januário.
- Considero que houve um erro natural. Eu assumo como treinador (a responsabilidade). Não há por que jogarmos a culpa em cima dele por uma defesa que não aconteceu. Foi um erro coletivo, e qualquer coisa tem que recair sobre o treinador. Vamos trabalhar e não vamos tirar confiança dele - disse Dorival.
Na saída do jogo, o atacante Eder Luis também deu força para Diogo.
- Foi um lance muito difícil (do segundo gol). É coisa de puro reflexo. Mas acho que ele (Diogo Silva) provou que tem condições de nos ajudar - disse Eder.
Diogo Silva treino Vasco (Foto: Cezar Loureiro / Agência O Globo)Diogo Silva tem três partidas pelo Vasco (Foto: Cezar Loureiro / Agência O Globo)

Jogadas ensaiadas: a arma secreta do Botafogo para fazer gols

No sábado, véspera do clássico contra o Flamengo, Oswaldo de Oliveira realizou um treino secreto para fazer os últimos ajustes na equipe. De acordo com o técnico, ele ensaiou jogadas de bola parada exaustivamente, inclusive a que deu resultado e se transformou no gol do Botafogo no empate com o rival no Maracanã. O ensaio já havia surtido efeito anteriormente.
Logo no primeiro jogo do ano, na vitória sobre o Duque de Caxias por 3 a 0, um lance ensaiado que envolveu quatro jogadores resultou no gol do zagueiro Antônio Carlos (relembre no vídeo abaixo). Oswaldo disse que é uma grande satisfação para um treinador quando isso acontece.
 - Foi muito legal. Ensaiamos no sábado, insistimos muito com eles. Temos um jogador com a precisão do Seedorf para passar e também jogadores para finalizar. É uma coisa que dá satisfação. E tem muita gente que acha que o Botafogo não tem jogadas ensaiadas. Nos preparamos para fazer gols desta forma.
Neste Brasileiro, outro gol do Bota saiu de uma jogada bastante praticada por Oswaldo de Oliveira nos treinamentos, o lateral cobrado com rapidez. Contra a Ponte Preta, Lucas foi ágil, e a bola terminou nos pés de Seedorf, que pegou de primeira e mandou para a rede.
Terceiro colocado do Campeonato Brasileiro com 17 pontos, o Botafogo volta a campo na próxima quinta-feira, às 19h30m (de Brasília), no Maracanã, para enfrentar o Vitória.
Rafael Marques gol Botafogo (Foto: André Durão / Globoesporte.com)Rafael Marques comemora após assistência de Seedorf (Foto: André Durão / Globoesporte.com)

Liderança e competência: Elias e Seedorf conduzem times no clássico

Volante e meia se destacam e são decisivos para Flamengo e Botafogo na volta dos times ao Maracanã

O primeiro tempo do clássico foi do Botafogo. Mais organizado, impetuoso e criativo. O segundo do Flamengo. Disposto, insinuante, persistente. Saíram iguais do Maracanã. No empate por 1 a 1, neste domingo, pela nona rodada do Brasileirão, cada etapa teve seu protagonista. Seedorf, como de hábito, conduziu o Alvinegro. Enquanto Oswaldo de Oliveira comandava a equipe como um lorde à beira do campo, lá dentro o holandês gesticulava muito, distribuía orientações, elogiava e criticava os companheiros. O camisa 10 também jogou pela primeira vez no Maracanã. E muito. Dribles, passes precisos, visão de jogo apurada como sempre, uma bola na trave e assistência para o gol de Rafael Marques.
Elias não é cerebral e talentoso como Seedorf, mas se entrega e tem postura de um líder. Jogador mais constante do Rubro-Negro segundo o técnico Mano Menezes, mesmo quando não está num grande dia é útil ao time e consegue sobrar perto dos companheiros. E no clássico, Elias conseguiu ir além. Foi dele o gol de empate, aos 49 minutos do segundo tempo. Antes, porém, marcou outros dois que foram anulados pela arbitragem.  
Elias e Seedorf Flamengo x Botafogo (Foto: Fabio Castro / Ag. Estado)Elias e Seedorf foram os destaques do clássico desse domingo (Foto: Fabio Castro / Ag. Estado)
A dupla teve números parecidos no confronto e cada um se destacou nas funções que desempenham. Seedorf finalizou mais, quatro vezes contra duas de Elias. O camisa 8 do Flamengo roubou mais bolas: quatro contra três do craque alvinegro. No primeiro tempo, Seedorf fez o Botafogo jogar. Com controle do time e do jogo, ditou o ritmo. Acelerou e diminuiu a organização das jogadas como quis. Nem pressa, nem lentidão. Com ele é sempre no tempo preciso. Os 37 anos e o prestígio mundial também dão ao holandês a experiência para tentar conduzir a arbitragem. Foram muitas as conversas ao pé do ouvido com o juiz Péricles Bassols Cortez. O técnico Mano Menezes chegou a chamá-lo de “palestrante” na entrevista coletiva após o clássico.
 EliasSeedorf
Finalizações24
Roubadas de bola43
Faltas cometidas24
Faltas sofridas54
Impedimentos20
 No segundo tempo, inversão de papéis. Seedorf não jogou mal, mas viu o Botafogo se encolher contra um Flamengo muito mais disposto e faminto por um gol. Elias apareceu mais. Não só pelos três gols, dois anulados e um validado, mas pela capacidade de deixar a tarefa de defender de lado para criar e concluir. Recompensado, caiu nos braços dos rubro-negros com seu primeiro gol no novo Maracanã e livrou o time da derrota. Coberto por afagos dos torcedores na comemoração, também foi celebrado por Mano Menezes.
- Elias está voltando a jogar comigo o que jogou no Corinthians em 2008 e 2009, quando trabalhamos juntos. É esse jogador, tem essa capacidade de defender e atacar, muito rápido, defende bem, se junta aos homens de frente. Hoje, nos brindou com algo que não é muito comum em sua carreira. Não estamos em condição de escolher. Pode ser com ele o gol. Tem sido constante. Por isso que confio nesse tipo de jogador. Já trabalhei com ele, sei da capacidade. Precisa estar bem fisicamente como está para fazer essa função que exige muito do jogador. Quando se tem um jogador completo como ele, tem que aproveitar essa condição de diferenciação em relação aos outros.
O resultado considerado justo pelos treinadores e jogadores não foi lá muito bom para ninguém. O Flamengo continua em 15º, com dez pontos. O Botafogo, com 17, é o terceiro, e perdeu a chance de liderar o Brasileirão.

Abel Braga se despede do Flu e diz: 'Se fosse dirigente, também mudaria'

Presidente do Fluminense, Peter Siemsen não fala em contratação imediata de novo técnico para o time: 'Não garanto que vá ter treinador na quarta'

Abel Braga foi demitido do Fluminense nesta segunda-feira. Depois de cinco derrotas seguidas e da entrada da equipe na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro, o presidente Peter Siemsen confirmou a saída do treinador em entrevista coletiva nesta tarde nas Laranjeiras. Na despedida, o comandante pediu para falar e se mostrou chateado com o adeus. Mas disse também entender a decisão da diretoria tricolor.
- Se eu fosse dirigente, eu também mudaria o treinador. Fica o meu agradecimento a todos, sem exceção. Um agradecimento enorme por ter me proporcionado esses momentos. Foram 26 meses, coisa rara no futebol brasileiro. Era hora de mudar. Vou repetir uma frase que disse para um jogador. Algum gênio escreveu isso. O covarde nunca tenta, o fracassado nunca desiste e os vencedores sempre sabem onde querem chegar - resumiu o treinador.Antes de deixar a sala, Abel recebeu ainda uma miniatura da taça de campeão brasileiro de 2012 das mãos do vice-presidente de futebol Sandro Lima.
- É por isso que esse clube é diferente - disse.
Técnico do sub-17 pode comandar o time contra o Cruzeiro

Pouco antes de o treinador se despedir, o presidente Peter Siemsen falou com emoção sobre a demissão. Segundo o mandatário, o clube precisa respirar “novos ares”. Apesar do anúncio da demissão, ele deixou claro que ainda não sabe quem será o responsável por comandar o time no jogo contra o Cruzeiro, na próxima quarta-feira, às 19h30m (de Brasília), no Maracanã.

- Não garanto que vá ter treinador na quarta. Avançamos nas conversas e temos condições de fechar algo rápido. Não sou muito da filosofia de mudar várias vezes o treinador. Não é algo positivo. Mas existem momentos que alguma decisão precisa ser tomada. Funcionou durante dois anos, mas agora não está mais funcionando. A nossa escolha vai mostrar para vocês a direção que vamos caminhar - anunciou Peter, frisando ainda que não ia falar sobre os possíveis candidatos ao cargo.
Peter Siemens Fluminense coletiva (Foto: Rafael Cavalieri)Sandro Lima, Peter Siemsen e Rodrigo Caetano 
informam saída de Abel (Foto: Rafael Cavalieri)
Três nomes são ventilados: Vanderlei Luxemburgo, ex-Grêmio, Ney Franco, ex-São Paulo, e Cristóvão Borges, atualmente no Bahia. A primeira opção é a preferida do presidente da patrocinadora do clube, Celso Barros, mas encontra resistência no Fluminense, inclusive do próprio presidente. Cristóvão teria a vantagem de já ter trabalhado com Rodrigo Caetano no Vasco, mas a permanência do o diretor executivo em 2014 é incerta.

Se o Fluminense não contratar um treinador até quarta-feira, data do jogo contra o Cruzeiro, o time será comandado pelo técnico Marcos Valadares, responsável pela equipe sub-17, já que Marcelo Veiga, dos juniores, está na Alemanha para a disputa de uma competição da categoria. Opções à parte, Peter Siemsen falou em tom emocionado sobre o fato de ter de demitir Abel.
- Conversamos ontem (domingo) e hoje (segunda-feira). A conversa foi mais emotiva por tudo o que a gente viveu. Eu que sou presidente amador, torcedor, vejo hoje o quanto é duro o futebol. A questão das mudanças. Cria-se amizade, carinho, respeito, ver a defesa que o Abel faz do Fluminense, e é chegado o momento da separação. Ela está sendo da maneira mais carinhosa e respeitosa possível. Vivemos momentos maravilhosos juntos e também sofremos juntos. Precisamos saber lidar com isso - lembrou.

Segundo o presidente, os jogadores receberam a notícia da mesma forma que a diretoria, com um certo ar de tristeza.

- Eles receberam da mesma forma que a gente. Vivemos grandes momentos e algumas dificuldades nos últimos anos - disse.
Carro Abel Braga (Foto: Rafael Cavalieri)Abel Braga retira seu material e põe no carro antes de deixar o clube (Foto: Rafael Cavalieri)
Já Abel deixou nítida a sua admiração pelo elenco atual:

- Não estou deixando o Fluminense, fui demitido. Eu não deixaria um grupo fantástico como esse. Não poderia largar num momento em que o clube não está vencendo. Vou ser muito breve porque já me emocionei na despedida dos jogadores. Hoje eu vi que era muito mais querido por esse grupo do que eu pensava. Estou deixando o clube como o terceiro treinador que mais dirigiu a equipe, mas deixo um pedaço meu aqui - frisou.

Garantia de pagamento

O contrato de Abel Braga com a Unimed, válido até o mês de dezembro, não tem multa rescisória. Mas o compromisso dele com o Fluminense, assinado por tempo indeterminado (em regime de CLT - Consolidação das Leis do Trabalho), é mais um problema para o clube. Somando dois meses de salários devidos, FGTS não recolhido e direitos de imagem também atrasados, o Tricolor precisará desembolsar cerca de R$ 2,05 milhões pela demissão de toda a comissão técnica, formada também pelo auxiliar técnico Leomir, os preparadores físicos Cristiano Nunes e Marcelo Chirol, o preparador de goleiros Marquinhos e o observador Fábio Moreno.
- Pagamos muitas dívidas nos últimos meses. Estamos esperando a reinclusão na Timemania. O que não tivermos condições de pagar ao Abel agora, a gente parcela de forma a retormar o projeto de sempre cumprir as obrigações. Fomos retardados nessa iniciativa por causa de uma ação ilegal e uma perseguição injusta (da Procuradoria Geral da Fazenda do Rio) a um clube que quer pagar suas dívidas. Esse percalço não vai nos impedir de colocar tudo em dia em breve - explicou Peter Siemsen.
Abel Braga chegou às Laranjeiras em 2011, após uma espera de três meses do Fluminense pelo fim de seu contrato com o Al Jazira, dos Emirados Árabes.  Ele assumiu um time em mau momento e o conduziu ao terceiro lugar do Brasileiro daquele ano, conseguindo a classificação para a Libertadores. Foi campeão carioca e brasileiro em 2012, mas não teve sucesso na Libertadores, caindo nas quartas de final. A decepção se repetiu neste ano, com a eliminação para o Olimpia na mesma fase.


vem ai vozes do morro

O projeto de inclusão cultural juntos e misturados e o projeto adorai apresenta  [vozes do morro]
que vai acontecer dia 31 de agosto no bairro bela vista.
 Preocupados com a situação atual de nossa cidade, onde os nossos jovens da peliferia estão cada vez mais sem opção de eventos culturais.
  Nos dos projetos de inclusão cultural[juntos e misturados]e o [projeto adorai.] estamos promovendo uma integração cultural atravez da :musica,dança,esporte e teatro. com o proposito de mostrar uma saida para nossos jovens.
  porque  todos nos somos iguais perante nosso pai,que abita em 
cada um de nos.[ organizadores pamem e luciano falador]


vozes do morro

O projeto de inclusão cultural juntos e misturados e o projeto adorai apresenta  [vozes do morro]
que vai acontecer dia 31 de agosto no bairro bela vista.
 Preocupados com a situação atual de nossa cidade, onde os nossos jovens da peliferia estão cada vez mais sem opção de eventos culturais.
  Nos dos projetos de inclusão cultural[juntos e misturados]e o [projeto adorai.] estamos promovendo uma integração cultural atravez da :musica,dança,esporte e teatro. com o prposito de mostrar uma saida para nossos jovens.
  porque  todos nos somos iguais perante nosso pai,que abita em 
cada um de nos.[ organizadores pamem e luciano falador]


Peregrinos passam noite em Copacabana dizem que fé supera falta de infraestrutura

Publicação: 28/07/2013 11:03 Atualização:

O alvoroço com a chegada do papa Francisco a Copacabana, para o último evento público da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), não foi suficiente para acordar e levantar todos os fiéis que passaram a noite na orla.

Por causa das chuvas do início da semana, que alagaram o Campo da Fé, em Guaratiba, a vigília e a missa de encerramento do encontro, eventos com a maior expectativa de público, foram transferidos para Copacabana. Apesar do esforço da organização, a principal reclamação foi ausência de banheiros.

Em frente a um dos hotéis mais luxuosos da cidade, o Copacabana Palace, dezenas de pessoas dormiram ou descansaram sobre lonas, colchonetes e papelões. Foi uma noite fria e sem banheiros para a quem participou da vigília, que começou ontem e termina hoje à tarde (28).

Da cidade de Assis, no interior de São Paulo, a dona de casa Maísa Kamegawa, de 50 anos, passou a noite com os filhos e um grupo de peregrinos da mesma excursão. Hospedada em uma paróquia de Realengo, ela disse que preferiu ficar para não perder nada do evento de hoje.

"Foi uma noite linda, de muita fé, com os jovens cantando e dançando. Fora a precariedade dos banheiros, nada nos atrapalhou", disse. Para Maísa, a união do grupo que compartilhou cobertores e comida durante a madrugada foi um exercício de fé.

Os integrantes de um grupo de Franca (SP), que organizavam um pequeno café, com itens comprados em um supermercado próximo, pensam da mesma forma. "Fomos dormir agora de manhã. Foi uma oportunidade única ver tanta gente, de tantos países, reunidos em torno do discurso do papa, incentivando a juventude a ir em frente com nossa fé e alegria", declarou André Rezende, de 30 anos.

Um grupo de Florianópolis (SC), acrescentou que a vigília foi a chance de colocar em prática o que o papa pregou nos últimos dias: "humildade, simplicidade e generosidade com o próximo", refletiu Tayane Campos, de 23 anos. Para ela, "o papelão (para cobrir o chão) e o calor das orações com o aconchego dos amigos "fez valer a pena”. "Banheiro? Não quero me lembrar, estão sem condições, mas isso faz parte da provação", brincou.
Papa pediu para que fiéis rezem por ele

Mulheres altas correm risco maior de ter câncer

O vínculo com a altura permaneceu inclusive depois de os cientistas ajustarem fatores que podem influenciar esses tipos de câncer, como idade, peso, educação, fumo, consumo de álcool ou terapia hormonal

Em alguns cânceres houve maior risco entre mulheres mais altas, como risco de 23 a 29% a mais de desenvolver câncer de rim, reto, tireoide e sangue a cada 10 centímetros adicionais de altura

As mulheres mais altas enfrentam maiores riscos em relação a diversos tipos de câncer, segundo estudo norte-americano publicado nesta quinta-feira.

Os pesquisadores estudaram uma mostra de quase 145.000 mulheres, após a menopausa, de entre 50 e 79 anos para uma análise publicada na revista norte-americana Cancer Epidemiology.

Os cientistas descobriram que a cada 10 centímetros adicionais de altura haveria um risco 13% maior de contrair câncer.

"Em última instância, o câncer é resultado de um processo relacionado com o crescimento e faz sentido que os hormônios ou outros fatores de crescimento que influenciam a altura também afetem o risco de câncer", afirmou o principal autor do estudo, Geoffrey Kabat, epidemiologista do Albert Einstein College of Medicine da Universidade de Yeshiva em Nova York.

Após 12 anos acompanhando mulheres que começaram o estudo sem ter câncer, os pesquisadores encontraram vínculos entre uma maior altura e uma maior possibilidade de desenvolver câncer de mama, colo, endométrio, rim, ovário, reto, tireoide, assim como mielomas múltiplos e melanomas.
 
"Estamos surpresos com o número de tipos de câncer que são associados positivamente com a altura", acrescentou Kabat.

Em alguns cânceres houve maior risco entre mulheres mais altas, como risco de 23 a 29% a mais de desenvolver câncer de rim, reto, tireoide e sangue a cada 10 centímetros adicionais de altura.

Nenhum dos 19 cânceres estudados mostrou um menor risco relacionado com uma altura maior.

O estudo não estabeleceu um certo nível de altura em que o risco de câncer começa a aumentar e Kabat afirmou que é importante lembrar que o aumento do risco é pequeno.

"É necessário levar em conta que aspectos como a idade, o fato de ser fumante, o índice de massa corporal ou outros fatores de risco têm efeitos muito mais consideráveis", disse.

"A associação da altura com vários tipos de câncer sugere que as exposições, nos primeiros momentos da vida, incluindo a nutrição, desempenham um papel na hora de influenciar o risco de uma pessoa a sofrer câncer".